terça-feira, 26 de agosto de 2008

Uma questão de Olhar


Contrariamente ao que as pessoas pensam, nossa vida, essa mesma vida, que eu, você e todos nós seres-humanos vivemos, é sempre uma repetição.
Dirá você, como assim, uma repetição? E eu lhe direi: a alegria e a tristeza-o feio e o belo- o criar e o destruir- o velho e o novo. Não são opostos, mas se completam.
Então, como a gente sabe quando algo é novo, assim, de verdade, ou se é velho? É o tempo ou são as pessoas? E aquele papo de reciclagem, é lorota então?
Sabe o que eu penso, que cada momento que vivemos é único. Sim, a vivência é única...os sentimentos é que já são conhecidos.
Aquela velha história do Eteno Retorno, que Nietzsche, nos traz, é verdadeira. Ou seja, pólos se alternam nas vivências, numa eterna repetição.
No dia-a-dia, essas questões se embaralham e a verdade mesmo é que, sempre nos deparamos com uma reflexão: Nossa, eu já vivi isso!
E não é aquela sensação de De ja vù, pelo contrário, sabemos exatamante o que sentimos e que na verdade, o que mudou foi pouco. As vezes o cenário é o mesmo, mas os protagonistas são outros....as vezes é a mesma história, mas um pouco adaptada.....enfim, no final sabemos exatamente aquilo que a platéia vai sentir: medo, emoção, alegria, intriga, raiva......

Ao mesmo tempo que somos protagonistas, somos expectadores também.
Aliás, tem muita gente que prefere só assitir, a ser protagonista da própria vida. É bom que haja essa rotatividade de funções e papéis. Acho que é assim que a gente aprende a se colocar no lugar do outro.
Certo então! Não. Porque as vezes nem tudo é tão claro quanto parece ser aqui....Na nossa vida, nem sempre conseguimos identificar o que estamos encenando, ou aquilo que aquela cena nos provoca naquele momento. E isso leva tempo. É, sim, algum tempo. Pra uns, tempo demais, outros quase nada. Mas esse tempo se faz necessário. Cada um é cada um, somos diferentes uns dos outros e temos visões diferentes, opiniões diferentes, gostos mais variados possíveis.

Mas uma coisa é certa. A gente pode dar uma cara nova pra aquilo que já não nos agrada. Pode tirar, colocar...mexer na textura, no fundo, ampliar. E isso é possível simplesmente, se a gente consegue ver de um outro ângulo e ter um outro olhar sobre nós mesmos, e aquilo que a gente vive. Outro ângulo serve também estar de ponta cabeça, porque muitas vezes só depois de ver tudo ao contrário ou então quando vemos tudo fora do lugar, pra gente encontrar alguma coisa, ou reconhecer, ou mudar.
É, isso é fato. Aquilo que eu vejo é proporcional a forma, a distância, as condições do tempo, a posição da terra, ao lugar que eu ocupo no espaço, nesse exato momento.
Newton descobriu a gravidade por acaso, sentado embaixo de uma macieira, quando uma maçã caiu na sua cabeça e deu-se a lei da gravidade.
Assim como a maçã que caiu na cabeça do nosso amigo, em nossas vidas, muitas maçãs caem sobre nós. Aliás, as vezes chovem maçãs e a gente continua embaixo da árvore, as vezes imóvel, sem nenhuma ânsia em saber de onde elas caem, se é do galho mais alto, ou se simplesmente estamos ali, sentados há tanto tempo, que nem percebemos que as maçãs caíram, porque amadureceram e nós. Nós continuamos alí, imóveis.Temos câimbras, dores terríveis, mas nem nos preocupamos em mudar de posição.

O que quero dizer, é que, nos acostumamos tanto com uma situação, ou então, simplesmente deixamos que decidam por nós e nada fazemos, por comodidade, por desinteresse, por cansaço.
E a gente busca tanto realizar um sonho, corre atrás de um trabalho tão desejado, faz tudo pela pessoa amada e espera , espera e acredita que ela vai reconhecer os seus esforços e de repente, nada acontece do jeito que a gente planejou. Decepção. Claro, quem nunca se decepcionou nessa vida-Que passe agora essa formulazinha mágica para mim!
Decepcionar-se é a vitamina que faz a gente crescer, amadurecer.
Thomas Edison antes de descobrir a lâmpada elétrica, fez inúmeros experimentos, há quem diga que mais de mil. Ou seja, ele fez tantas experiências e quase todas deram errada. Mas bastou uma experiência que desse certo, para ele reconhecer o quanto a sua persistência teve importância.
E é isso, as vezes a gente não precisa esperar que a maçã caia na nossa cabeça, mas se a gente puder obsevá-la, sem perder nossa meta de vista, a gente vai saber com exatidão, o período em que ela vai estar madura e pronta pra ser colhida.
Observar, observar, olhar e olhar e mudar de lugar e mudar de novo e de novo e quantas vezes forem necessárias, pra que a gente encontre um lugar ao sol ou a sombra, mas que, impreterivelmente, nos faça sentir muito bem.







2 comentários:

aluaeasestrelas disse...

Eu já tinha lido esse texto, mas li novamente. É bom, pq a gente costuma esquecer no dia-a-dia do que realmente importa. Adorei o texto. De verdade. Agora te faço um pedido: NÃO PARE DE PRODUZIR!!!
Beijo grande!

O Profeta disse...

Onde acaba a terra e começa o Mar
Há um lugar onde vive a ilusão
Repousa na madrepérola das conchas
Com a forma de um coração

Onde as giestas se agarram à areia
Onde as pedras têm diadema de algas
Onde o Mar conta histórias longínquas
Onde as vagas soltam distantes mágoas


Bom fim de semana


Mágico beijo